Meu livro "Cinematographo em Nictheroy: história das salas de cinema de Niterói" foi escrito e editado ao longo 2012, sendo lançado em fevereiro de 2013. O livro foi impresso numa tiragem de 1000 exemplares, sendo que 100 deles pertenciam ao Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (INEPAC), do Governo do Estado do Rio de Janeiro, responsável pelo edital que viabilizou sua realização.
Inicialmente, eu mesmo fiz a distribuição do livro, já que a editora Niterói Livros, da prefeitura de Niterói, não realizava esse serviço. Além de fazer o lançamento do livro em diferentes livrarias e em eventos acadêmicos e festivais, algumas livrarias de Niterói, Rio de Janeiro e São Paulo fizeram boas vendas, principalmente nos primeiros meses após o lançamento. Em 2014, restando cerca de 300 exemplares, entreguei a distribuição do livro à editora Azougue, que fez um bom serviço durante um ou dois anos, distribuindo sobretudo para sites de livrarias. Em 2017, retirei 50 exemplares com a Azougue, pois os meus tinham se esgotado. Depois disso, não consegui mais contato com a distribuidora sobre os exemplares remanescentes.
Após o lançamento, exemplares do livro foram doados para diversas instituições e bibliotecas, como a Biblioteca Nacional, Funarte, Biblioteca Central da UFF, assim como a universidades no Brasil e exterior.
Portanto, acho que faz sentido permitir agora, em 2020, que o livro chegue a mais pessoas, disponibilizando livremente para leitura uma cópia digital integral do livro, especialmente nessa época de pandemia que nos obriga a ficar em casa.
Portanto, BAIXE O LIVRO AQUI e boa leitura!
Cinemas de Niterói
segunda-feira, 27 de julho de 2020
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Palestra no CEN
Recebi o convite de minha ex-professora de português, Lubélia, para falar sobre o meu livro "Cinematographo em Nictheroy" na feira do livro do Centro Educacional de Niterói - CEN, onde fiz o ensino fundamental e médio. Será um prazer conversar com os alunos no dia 7 de outubro, às 14h.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Mais uma resenha de "Cinematographo em Nictheroy"
A revista argentina "Imagofagia" publicou em sua edição de n. 10, uma resenha sobre o livro "Cinematographo em Nictheroy: história das salas de cinema de Niterói", assinada pela pesquisadora carioca Talitha Ferraz. Somando-se a outras resenhas já publicadas, é mais uma análise do livro.
A resenha está transcrita abaixo, podendo também ser acessada no site da revista neste link.
A resenha está transcrita abaixo, podendo também ser acessada no site da revista neste link.
Cinematographo em Nichteroy: história das salas de cinema de
Niterói
Sobre Freire, Rafael de Luna.Cinematographo em
Nichteroy:história das salas de cinema de Niterói. Niterói: Niterói Livros/Rio
de Janeiro: INEPAC, 2012, 263 pp., ISBN: 978-85-85896-47-8
por Talitha Ferraz*
Uma evidência, já há muito reiterada, é a de que a sala de
cinema organiza-se na história das mídias como um elemento intrinsecamente
arraigado às próprias formações e engrenagens do espaço urbano. Mais do que
isso, ela se tornou ao longo do tempo um espaço dedicado à tessitura dos
sonhos de crianças, mulheres e homens que, de transeuntes, rapidamente se
transmutam em espectadores e vice-versa. É justamente apegado a este
horizonte onírico que o pesquisador Rafael de Luna Freire, professor do curso
de Cinema e Audiovisual da UFF (Universidade Federal Fluminense), arremata a
última frase do livro Cinematographo em Nictheroy: história das salas de
cinema de Niterói, fazendo remissão ao título do clássico estudo “Espaços do
sonho”, que o também pesquisador da UFF João Luiz Vieira desenvolveu, ao lado
de Margareth Pereira, em 1983, no âmbito da extinta Embrafilme. A obra de
Rafael de Luna, por sua vez lançada em 2012, evidencia a profícua conexão
entre cidade e equipamentos coletivos de lazer cinematográfico. Em 35 breves
capítulos, o autor constrói uma aguçada percepção sobre a trajetória das
salas de cinema niteroienses, ao mesmo tempo em que oferece aos leitores uma
primorosa recuperação das curiosidades e histórias ligadas ao desenvolvimento
urbano da antiga capital fluminense.
|
Por meio de uma pesquisa de fôlego –que indica um forte
empenho investigativo do autor e um proveitoso acesso a arquivos e
interlocutores–, a obra começa remontando ao longínquo surgimento de Niterói,
que passou à condição de cidade e capital da província do Rio de Janeiro em
1835. Nas primeiras 40 páginas do livro, imediatamente após tratar das origens
e dos primeiros adensamentos das “Bandas d’Além”, conforme a região chegou a
ser conhecida, Rafael de Luna passa ao tema do cinema. Nesta parte, não
despreza a importante fase de implantação da imagem em movimento nos cotidianos
citadinos, numa época quando experimentos e maquinarias visuais, de cunhos
científico e artístico, já estavam presentes nos lazeres dos sujeitos modernos,
atuando no cerne das transformações dos seus modos de percepção. No entanto, Niterói
precisaria esperar por mais 62 anos até viver a definitiva introdução do
cinematógrafo na realidade urbana que lá chegava a tímidos passos.
Rafael de Luna relata que, apesar da primeira experiência de
exibição de imagens em movimento ter ocorrido na região em 1897 –cerca de um
ano após o advento do omniógrapho da Ouvidor, no Rio de Janeiro, capital
federal da então recente República–, a fixação do espetáculo cinematográfico em
salas permanentes só se deu em 1907. Até lá, o cinema se comportaria em Niterói
como uma atividade itinerante e rara, sujeita às intempéries de um dispendioso
mercado de aquisição de fitas americanas e europeias.
Na primeira idade do cinema na “invicta cidade”, mudanças
administrativas e de ordem urbana atingiram em cheio as construções de
sociabilidade e a formação da identidade niteroiense, o que, segundo indicam os
dados levantados pelo autor, determinaram o tipo de ocupação e de ampliação do
espaço público lá efetivado. Tal como sustenta Rafael de Luna, no instante em
que o clima civilizatório e o apreço pelo moderno irrompem na “cidade que
cresceu sempre a partir do litoral” (28), os encontros traçados durante o
hábito de “avenidar” a seminal Avenida do Rio Branco igualmente contaram com
outro cadinho para sua consolidação. “As salas de cinema também se constituíram
em irrecusáveis convites para se ir às ruas” (27).
É muito interessante notar o trabalho do autor em sua
percepção acerca de alguns laços que o cinema, desde muito cedo e em diversas
cidades mundiais, atou com elementos de outras naturezas. Nesse caminho, a
pesquisa destaca a relação do cinema em Niterói com o transporte urbano (ao
abordar a migração de salas exibidoras para um pedaço da cidade mais próximo à
nova estação de barcas em 1908), os demais comércios tradicionais (os quais
também se transformariam em marcos referenciais para os moradores) e o consumo
de cerveja, revistas teatrais e parques (o que mostra o comportamento da
exibição cinematográfica em face de demais atividades recreativas).
Perante excertos extraídos de jornais de época, Rafael de
Luna verifica que Niterói não escapou da febre dos cinematógrafos ocorrida
entre as décadas de 1910 e 1920, quando pulularam, aqui e ali, cine-teatros e,
logo em seguida, cinemas mais estruturados, cujas marcas costumavam ser o maior
conforto oferecido ao público, a divisão da plateia em primeira e segunda
categorias (incluindo aí a diferenciação nos preços dos bilhetes) ou a dotação
de perfis voltados ora para a classe operária, ora para a elite.
Aliás, o pesquisador localiza dentro deste recorte temporal
alguns tópicos relevantes: o surgimento dos quatro principais cinemas
niteroienses da década de 1910 (Polyterpsia, Rio, Royal e Éden), todos ainda
sujeitos a uma programação que continha esquetes teatrais e musicais; a crise
que atingiu o mercado cinematográfico brasileiro na primeira década do século
XX, dificultando a longevidade de salas menos promissoras; a transformação do
cinema em hábito corriqueiro; o avanço do star system europeu e
hollywoodiano no Brasil; a inauguração dos cinemas de arrabalde, mais distantes
do centro urbano, e do primeiro palácio cinematográfico da região, o
Cine-teatro Imperial (1928); e, finalmente, os graves indícios de que através
do cinema eram operados determinados projetos de segregação social, quando os
jornais e a elites acusavam as casas exibidoras mais populares de abrigar
espectadores mal formados ou de funcionarem como antros propícios a atentados
contra a moral das “senhoras” e atos infames atribuídos a personagens
“sem-vergonha”, geralmente caracterizados como homens do povo (84-91).
Na perspicaz investigação de Rafael de Luna, destaca-se o
fato de que a cidade do Rio de Janeiro sempre esteve no horizonte das práticas
de lazer e sociabilidade niteroienses. O autor salienta que o Rio fora, em
muitos momentos, uma influência a ser renegada em prol da valorização dos costumes
e da esfera de lazer próprios a Niterói. De fato, havia um ávido desejo pelo
progresso fluminense, defendido por camadas das classes mais abastadas e
políticos locais. A cidade crescia, mas o ranço rural e a ideia de “cidade
dormitório” ainda permaneceriam assombrando os sonhos fundamentalmente
bairristas de alguns moradores, críticos e comerciantes.
Com a entrada do cinema sonoro na realidade da exibição
cinematográfica brasileira a partir de 1929, tópico abordado pelo pesquisador
já na metade do livro, a necessidade de profundas alterações nas salas de
cinema soprou novos ventos sobre todo o setor e atingiu, logicamente, Niterói.
A corrida por melhores condições para a incorporação adequada do filme
sonorizado mudou o cenário do circuito exibidor niteroiense, trazendo novidades
arquitetônicas e técnicas.
O livro de Rafael de Luna avança articulando os fatos da
urbanidade de Niterói e o papel da sala de cinema como marco citadino e
elemento em intensa conexão com as práticas de lazer e a vida em comum tecida
pelos moradores da região. Ao mesmo tempo, não deixa de se ater a temáticas
capitais relacionadas ao mercado cinematográfico da década de 1940 e 1950.
Nesta perspectiva, a obra sutilmente indica que a programação das casas
exibidoras e a experiência do público em Niterói não seguiram impassíveis aos
efeitos da industrialização do braço produtor e seu correlato abatimento,
marcadamente expresso pela derrocada de estúdios como Atlântida e Vera Cruz. É
válido salientar que este trabalho de Rafael de Luna se coloca de forma crítica
frente à questão da consolidação de um viés nitidamente empresarial da
distribuição e exibição, cujas majorsinternacionais e grupos nacionais –a
exemplo do Grupo Severiano Ribeiro– abocanhavam para si naquele momento as
rédeas do mercado.
Niterói chega à década de 1960 com um estruturado circuito
exibidor, conforme indica Rafael de Luna. Os desejos dos espectadores pela
novidade mesclam-se com novas possibilidades de vidência dos filmes.
Tecnologias chegam, ampliando as possibilidades de contato do público com o
filme e também, em algum grau, encarecem a atividade de espectação.
Cinemascope, cinerama, super cinerama 70 mm, tudo isso passa a compor o cenário
da oferta de imagem em movimento em Niterói. O autor conduz os leitores de
forma com que começamos a visualizar os novos rumos que o cinema tomaria em
meio à entrada de outros vetores na formação das plateias da região. Este foi o
caso do Cine-arte UFF que, inaugurado em 1968, dedicava-se a “filmes de arte”.
Aliás, a obra de Rafael de Luna, que só segue a trajetória dos cines
niteroienses até 2012, não teve condições de contemplar a oportuna reabertura
do Cine-arte UFF, programada para ocorrer ainda em 2014.
Nos últimos sete capítulos, o convite é para que nos
aproximemos da contemporaneidade: as páginas se concentrarão a partir daí no
amplo recorte que vai dos anos 1960 aos dias atuais. O autor começa descrevendo
as fortes alterações no espaço urbano de Niterói, proporcionadas por uma
extensiva motorização da cidade, o surgimento de viadutos, os estilos
modernistas para a arquitetura dos prédios recém-construídos, o acirramento da
pobreza e a precariedade do acesso à moradia. O cinema, já no meio de todos
esses aspectos, também responderia pelas consequências de um grande desastre
ocorrido no mundo circense em 1961. Diante de um grave incêndio em um circo
fluminense, que vitimou centenas de pessoas, o controle da segurança em salas
de exibição enrijeceu e algumas casas precisaram se adequar, perdendo, por
determinação municipal, parte de suas capacidades de lotação, diminuindo, com
isso, de tamanho. Rafael de Luna também chama atenção para outros fatores que
estiveram presentes na crise que o mercado enfrentou à época: inflação, altos
gastos com o transporte de fitas e aumento do preço do aluguel dos filmes,
avanço dos impostos, escalada da TV etc. Foi nesse bojo, ressalta o autor, que
alguns cinemas de segunda linha, considerados poeiras na época, fecharam as
portas.
Mas nem tudo estava perdido, a despeito das ameaças que as
casas de cinema sofreram entre os anos 1960 e 1970. A chegada das salas
de galeria parece ter dado fôlego ao circuito exibidor local. Com o
aparecimento do Cinema I e do Cine Center, em 1975, e do Itaipu Drive-in um ano
antes, um novo vigor atingiu o público, que agora já se inseria em outra etapa
do consumo audiovisual e numa configuração urbana que elegeu novas
centralidades na cidade. Não tardaram a surgir o videocassete e a expansão da
prática domiciliar de assistir a filmes. Ao mesmo tempo, a semente do shopping
center –o novo espaço para o cinema, os encontros e as efetivações de
laços de sociabilidade– fez crescer as suas raízes em Niterói.
Acompanhando tais mudanças, a degradação de áreas no entorno
do Centro, conforme coloca Rafael de Luna, e a sistemática reconfiguração
citadina contribuíram para o fechamento dos antigos prédios dos cinemas que
outrora marcavam as ruas de Niterói. Mesmo assim, no final do século XX, a
cidade ainda contava com 11 salas de exibição, das quais, pouco a pouco, as de
rua encerraram de vez as suas atividades, ganhando outras destinações em nada
cinematográficas. No final da obra, há a indicação de que, em 2012, a faixa de
11 cinemas em atividade em Niterói se mantinha. No entanto, esse número não
expressa uma multiplicidade de opções à escolha do espectador. Todas as
poltronas de Niterói circunscrevem-se, pelo menos até agora, a dois cinemas de shopping,
longe do improviso e da força das calçadas.
Ao finalizar o livro com um epílogo pessoal, Rafael de Luna
não traça somente a sua historiografia no acompanhamento do cenário exibidor
niteroiense a partir da década de 1990 (quando começou, aos 10 anos, a
frequentar as grandes telas, conforme comenta). O autor relata experiências e
sensações em fragmentos mnemônicos que se unem a outros vivos discursos acerca
da relação entre cinema e espaço urbano. Coloca-se em associação profícua com
uma rede de narrativas que hoje podemos (felizmente) localizar em recentes
pesquisas acadêmicas, cuja fecunda contribuição, tal como a de Rafael de Luna,
é escavar e cartografar tudo aquilo que os cinemas de rua deixaram de legado em
nossas cidades, memórias e afetos, em benefício do futuro que sempre vem.
* Talitha Ferraz é doutora em Comunicação e Cultura
pela ECO-UFRJ. É professora na Universidade Estácio de Sá e na ESPM-Rio. Faz
parte do grupo de pesquisa Estudos da Cidade e da Comunicação, vinculado à
Coordenação Interdisciplinar de Estudos Contemporâneos (CIEC-ECO-UFRJ/CNPq). É
autora do livro A segunda Cinelândia carioca (Ed. Mórula, 2012).
E-mail:talitha.ferraz@gmail.com
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Visita ao Cinema Icaraí
Atualmente fechado, o Cinema Icaraí está sendo inspecionado por empresa contratada pela UFF, através de edital público, para elaboração de projeto básico e projeto executivo
de restauração e revitalização do espaço, conforme comentado no blog.
Esta semana, tive a oportunidade de entrar no cinema - dentro do qual eu não pisava o pé há vários anos - e tirei algumas fotografias, reproduzidas abaixo.
Apesar da má qualidade das imagens, é possível viajar no tempo e rever a sala de exibição, assim como espaços anexos ao prédio.
No primeiro par de fotos abaixo, é possível ver a parte de cima da famosa marquise do cinema, voltada para a praia de Icaraí, vista da janela dos apartamentos superiores.
Nas duas seguintes, uma visão da cabine de projeção e, colado na parede, um poster do "Guia do Projecionista", feito pela Embrafilme, para orientar os operadores.
Mais abaixo, duas fotos tiradas do corredor lateral do cinema, vizinho ao prédio lateral na praia.
O última par de fotos foi tirado de dentro da sala de projeção: a imagem do balcão superior na primeira, e de uma parede lateral na segunda, mostrando a beleza da decoração interna art deco.
Acima uma foto da entrada do cinema, atualmente tapada por tapumes e, abaixo, os famosos dizeres "Cinema Icaraí" por cima dos portões de acesso ao hall do cinema.
Esta semana, tive a oportunidade de entrar no cinema - dentro do qual eu não pisava o pé há vários anos - e tirei algumas fotografias, reproduzidas abaixo.
Apesar da má qualidade das imagens, é possível viajar no tempo e rever a sala de exibição, assim como espaços anexos ao prédio.
Visão da plateia sem as poltronas, já retiradas |
No primeiro par de fotos abaixo, é possível ver a parte de cima da famosa marquise do cinema, voltada para a praia de Icaraí, vista da janela dos apartamentos superiores.
Nas duas seguintes, uma visão da cabine de projeção e, colado na parede, um poster do "Guia do Projecionista", feito pela Embrafilme, para orientar os operadores.
Mais abaixo, duas fotos tiradas do corredor lateral do cinema, vizinho ao prédio lateral na praia.
O última par de fotos foi tirado de dentro da sala de projeção: a imagem do balcão superior na primeira, e de uma parede lateral na segunda, mostrando a beleza da decoração interna art deco.
Acima uma foto da entrada do cinema, atualmente tapada por tapumes e, abaixo, os famosos dizeres "Cinema Icaraí" por cima dos portões de acesso ao hall do cinema.
sábado, 28 de junho de 2014
Mapa histórico do comércio da Av. Visconde do Rio Branco
A Avenida Visconde do Rio Branco (antiga Rua da Praia) foi durante
grande parte da história de Niterói a principal via da cidade. Não
apenas por se constituir no local por onde os moradores e visitantes
chegavam do Rio de Janeiro, através do transporte marítimo, como por ser a "vitrine" de Niterói, sediando as principais lojas e
divertimentos da cidade, inclusive a maior parte das salas de cinema da
cidade na primeira metade do século XX. Era também a avenida para onde os
moradores iam para "ver e serem vistos", desfilando pela rua, vendo as
vitrines, e parando nos cafés e restaurantes.
Durante a pesquisa para o livro "Cinematographo em Nictheroy", ao perceber a importância dessa avenida para a história da cidade, fui tentando reconstruir seu passado, desvendando as mudanças urbanas, as transformações no comércio e as alterações na ocupação do espaço. A numeração dos imóveis se alterou por volta de 1913-1914 e tentei encontrar a equivalência entre os números antigos e os novos. Esse "mapa histórico" do comércio da Av. Visconde do Rio Branco é um resultado imprevisto dessa pesquisa e serve como ponto de partida para uma pesquisa mais aprofundada que, certamente, demandará a colaboração e o interesse de outras pessoas. Peço compreensão com as omissões e os possíveis erros. Acréscimos e correções são bem-vindas.
Instruções:
Cada célula representa um imóvel. A coluna da esquerda é a numeração antiga do imóvel, ao lado da numeração nova, que se manteve até hoje. Na extrema direita, o uso comercial atual e sua numeração, conforme verificado em 2012.
Durante a pesquisa para o livro "Cinematographo em Nictheroy", ao perceber a importância dessa avenida para a história da cidade, fui tentando reconstruir seu passado, desvendando as mudanças urbanas, as transformações no comércio e as alterações na ocupação do espaço. A numeração dos imóveis se alterou por volta de 1913-1914 e tentei encontrar a equivalência entre os números antigos e os novos. Esse "mapa histórico" do comércio da Av. Visconde do Rio Branco é um resultado imprevisto dessa pesquisa e serve como ponto de partida para uma pesquisa mais aprofundada que, certamente, demandará a colaboração e o interesse de outras pessoas. Peço compreensão com as omissões e os possíveis erros. Acréscimos e correções são bem-vindas.
Instruções:
Cada célula representa um imóvel. A coluna da esquerda é a numeração antiga do imóvel, ao lado da numeração nova, que se manteve até hoje. Na extrema direita, o uso comercial atual e sua numeração, conforme verificado em 2012.
N° até 1913
|
N° após 1913
|
Estabelecimentos passados
|
Estabelecimento em 2012
|
N° atual
|
Rua Fróes da
Cruz (Feliciano Sodré)
|
|
|
||
|
58
|
Castro D’Almeida (pneus, 1919)
|
|
|
|
?
|
?
|
|
|
|
?
|
?
|
|
|
|
161
|
Nictheroy Hotel Balneário (1929)
|
|
|
Rua Saldanha
Marinho
|
||||
|
163
|
Ribeiro
e Irmão (1921)
|
Pastelara
Kanimambo
|
|
67
|
165
|
Frontão
Niterói (1911) / Cinema Colyseu /
Cinema Rio Branco (1940)
|
Show
do real
|
165
|
|
|
|
Igreja
Paz e Vida
|
171
|
|
|
|
Inter
supermercado
|
175
|
79?
|
|
Ferragens
e Tinta
|
Mundo
das utilidades
|
|
|
|
|
Inter
supermercado
|
175
|
|
177
|
Loteria
Casa Betico
|
|
|
|
|
|
Clube
dos cornos – Casa do vinho
|
193
|
|
|
|
Big
Magic
|
|
|
|
|
Niterói
Fruit (Hotel Sorriso no segundo andar – Marques de Caxias, n. 5)
|
197
|
Rua Marques de
Caxias
|
||||
|
|
|
Pastelaria
|
|
91 ou 97
|
205
|
Hotel
Ferry o mais antigo desta capital (1919-33)
|
Hortifruti
esperança
|
205
|
101
|
|
Casa
de pasto, Bustamante & Cia (séc. XIX) / Bazar Souza Marques (1907)
|
Caixa
econômica
|
|
103
|
|
Fábrica
de cerveja – A Dias. De Carvalho & Cia (séc. XIX) / Au Bon Marchê
chapelaria (1899) / Augusto de Figueiredo empório comercial (1911)
|
Metrópole
|
213
|
|
211
|
Padaria e Confeitaria Rio Branco –
“próximo do Polyterpsia” (1919)
|
Hotel
York
|
217
|
|
|
|
Centro
comercial José carreteiro (Texas e Chantre)
|
225
|
109
|
233
|
Cervejaria
Rio Branco / Cinema Polyterpsia / Cervejaria Rio Branco (1921)
|
Barcas
Shopping
|
233
|
|
237
|
Casa
Conveniência Móveis (1920)
|
||
111
|
239
|
Casa
Guanabara (1907)
|
||
113
|
|
Padaria
e confeitaria Rio Branco de Nunes e Co. (1911)
|
||
115
|
|
Drogaria
e farmácia Cardoso (1911)
|
||
117
|
|
A
bota elegante (1911)
|
||
119
|
241
|
Armazém
de secos e molhados (XIX) / Banco União do Comércio (1907) / Cinema
Internacional / Central Bar (1913)
|
||
|
|
|
Mania
de biju
|
239
|
121
|
243
|
A
jardineira (1905-1907) / Confeitaria Rio Branco / Charutaria Rio Branco
(1920)
|
Ed.
Santa Alexandrina
|
243
|
|
247
|
Drogaria
Cardoso (1919)/ Alfaiataria Brasil (1932) /Estabelecimento Gráfico
Vasconcellos (1932)
|
Sol
nascente Hortifruti
|
247
|
125
|
|
A rosa de ouro, roupas (1911)
|
Rei
do porco
|
|
|
|
|
Veste
casa- toma lá dá cá-Agito dos pés
|
|
|
263
|
Casa
José Bambino água mineral (1932)
|
|
|
|
|
|
Big
Magic
|
257
|
|
|
|
Biju
modas
|
261
|
Rua Marechal
Deodoro
|
||||
|
|
|
Restaurante
popular
|
283
|
131
|
|
Cinematógrafo
Fluminense
|
Competição
móveis
|
285
|
135
|
283
|
Serraria
Esteves / Bambino & Filho cervejaria Hanseática (1930)
|
Caçula
|
287
|
135
|
287
|
Serraria
Esteves (1926-1930)
|
||
291
|
||||
137
|
295
|
Éden-Cinema
|
Viggore
móveis
|
295
|
|
301
|
Armazém
de molhados J. Ferreira & Comp (1919) /Hotel Globo / Pensão Campista
(1928-1930)
|
Lanchonete
e dentista
|
301
|
|
|
|
Farmácia
Drugstore (prédio novo)
|
305
|
|
|
|
Igreja
evangélica e congregacional
|
|
145
|
315
|
Lotico
da costa vaz, secos e molhados (1911) / Fotografia Rio Branco (1917-1932)
|
Lumir
moda íntima
|
315
|
147
|
319
|
Pensão
Almeida (1911-19) / Casa Confiança (1920) / Pensão Almeida (1921-1932)
|
Prédio
novo
|
319
|
Rua São João
|
||||
|
327
|
Mobiliaria
Fluminense (1939)
|
Ibi
financeira
|
327
|
|
|
|
Stylus
|
|
|
|
|
Bom
preço
|
331
|
|
|
|
Texas
|
335
|
|
|
|
Pacheco
|
|
|
|
|
Texas
carnes
|
|
|
337
|
Alfaiataria
Rio Branco (1930)
|
|
|
|
|
|
Kik
– Sonho dos pés
|
341
|
|
346
|
Casa confiança – móveis (1930)
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
353
|
Alfaiataria
Rio Branco / Alfaiataria e joalheria Rio Branco (1945)
|
Açougue
|
351
|
|
|
|
Armadilha
do corpo
|
357
|
Rua São Pedro
|
||||
163
|
361
|
Ribeiro
e Irmão, armarinho (1911); Casa Morena (1926)
|
Lanche
capital
|
361
|
165?
|
363
|
Casa
Pinaud [em 1907 ficava Marechal Deodoro, 18] (1910-1)? / Fábrica de flores
Luiz Pinaud (1914) / A predileta (1917) / Casa Americana (1920-1939)
|
|
|
|
365
|
Casa
Bordallo (1920)
|
Sbx
|
|
|
367
|
J.
Bordallo – calçados (1919) /Casa paulistana / Leiteria e Sorveteria Sublime
(1930) / Casa Garcia (1939) / Cunha Loterias (1964)
|
|
|
|
369
|
Casa
de Móveis Confiança (1920-1939)
|
Foto
Odeon e Rio Branco joalheria
|
|
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375
|
Cinema
Odeon
|
Tem
tudo
|
375
|
|
|
|
|
|
|
379
|
Casa
Iracema / Instituto Odeon / Casa Pérola (1940)
|
|
|
|
381
|
Casa
Normal, linhas (1939)
|
|
|
|
385
|
Mobiliaria
Progresso (1930-9)
|
Metrópole
supermercado
|
|
181
|
?
|
Monteiro,
Paz & C. aguardente
|
Extra
|
|
|
389
|
Joalheria
Americana (1919-20) / Joalheria Ouro Branco (1928) / Confeitaria Central (1919-1937)
/ Pensão Central (1930), Café e Bar Central (1937-9) / Hotel Ibéria (1964)
|
Peixaria
e hotel ibéria
|
389
|
Rua Coronel
Gomes Machado
|
||||
|
399
|
A
Fructeria Brasileira (1914) / Loteria Casa Forte (1921) / Café e Bar Vista
Alegre (1930-1942)
|
Muvuca
Modas
|
Sobrado dividido em dois no térreo
|
|
399A
|
Casa
Amorim
|
Relojoaria
Azevedo
|
|
185
|
403
|
A
Cooperativa / A Coorporativa [englobou o n. 187]
|
Drogaria
Pacheco
|
403
|
187
|
Cinema
Staffa (1908-1912) / Casa Martins
|
|||
189
|
405
|
Cinema
Nichteroy / Grande Emporio Commercial
/ Bar Casa Central (1920’s) / Casa Pinto (até 1931)
|
Demolidos para a construção da Av. Ernani
do Amaral Peixoto e os prédios ao longo da avenida.
|
|
191
|
409
|
Casa
Souza Marques (1910-1940) / Confeitaria Palace (1941)
|
||
193
|
413
|
Hotel
Marselha (séc. XIX) / Destilação Fluminense (1907) / Cinema Central / Cinema
Chic / Drogaria Barcellos (1914-1941)
|
||
195
|
415
|
Café
Brazil (1911) / Agência de Loteria - Casa Mascotte (1917-1929) / A Garota (1933-9)
Sobrado:
Centro de Imprensa (1914) / Dr. Waldemar Ferreira, urologia (1938)
|
||
197
|
417
|
Hotel,
Restaurante e Café Paris (1910-1933) / Loteria Paris (1940)
|
||
199
|
421
|
Padaria
(séc. XIX) / Cinema Rio (1909-1919) / Casa Vianna, calçados / Casa Bordallo
calçados
|
||
201
|
425
|
Padaria
e Biscoutaria Central (1909) / confeitaria / Café Londres (1913-1930) / Laboratório
de Prótese por cima do Londres (1931)
|
||
Praça Martim
Afonso
|
||||
|
1
|
Fábrica
de colchões (1914) / Casa Radium/Pensão Royal (1930)
|
Conjunto de prédios recuados formando a
praça Martin Afonso que foi destruída com a construção da Av. Amaral Peixoto
e dos prédios ao longo da avenida.
|
|
|
3
|
Elite
Salão (1914) / Cine Royal
|
||
|
5
|
Perfumaria
central (1940)
|
||
|
7
|
Casa
Pathé (1920) / Café e Restaurante Fluminense (1928-1930) / Leiteria
Fluminense
|
||
|
9
|
Confeitaria
Luso-Brasileira (1910) / Casa São João (1934-7), comércio de vitrolas e
rádios.
|
Edifício
Sulacap (atual Ampla) / Farmácia (Rua da Conceição, n. 13)
|
429
|
Rua da
Conceição
|
||||
|
447
|
Café
Santa Cruz (1908-1930)
|
Giza
calçados
|
447
|
|
451
|
Fotográfica
São Paulo (1920) / Banco Lotérico (1944-1964)
|
|
|
|
453
|
Fotografia
Parracini (1914) / Restaurante S. Paulo (1917) / Loteria e charutaria A
Protetora (1920) / Confeitaria e Bar Nictheroy/ Photo Lacerda (1930) / Redação
metrópole (sobrado) / Escola Royal datilografia (1945)
|
Farmácia
|
|
211
|
455
|
Samuel
Wiks, maquinista hidráulico (séc XIX) / Cinema Hélios / Cinema Central
|
Bingo
Central – Ex-Cinema Central (fechado)
|
|
213
|
459
|
Livraria
acadêmica (séc. XIX) / Cinema Hélios / Cinema Central
|
||
|
461
|
|
|
|
215
|
463
|
|
Café
América
|
463
|
Rua José
Clemente
|
||||
|
481
|
Correios
|
Correios
|
481
|
Rua Aurelino
Leal
|
|
|
||
|
499
|
Loteria
do Estado do Rio (1919) /Loteria da integridade (1930)
|
California
Lanches
|
499
|
|
505
|
Casa centenário – móveis (1930)
|
Taco
|
501-3
|
|
507
|
Casa centenário – móveis (1930)
|
Ponto
Frio
|
|
|
521
|
Cia
cervejaria polartica (1930) / Mesbla (1934)
|
Extra
|
|
|
523
|
Cia
cervejaria polartica (1930) / Mesbla (1934)
|
Renner
|
505
|
Rua Quinze de
Novembro
|
||||
|
525
|
Cine-Theatro
Imperial
|
Extensão do Plaza Shopping
|
|
|
527
|
Empresa
Mercantil Fluminense (1929)
|
||
|
533
|
Ford
|
||
|
535
|
Hotel
Imperial (1964)
|
||
|
537
|
Ford
|
||
|
539
|
Hotel
Imperial (1928)
|
||
|
547
|
Hotel
Imperial (1928)
|
||
|
551
|
Casa
Atlas (embaixo) / Escola Royal (em cima) (1919)
|
|
|
|
559
|
Trapiche
Souza & Cunha (1919) / Souza Gomes & Vi. Aguardente álcool (1921)
|
|
|
|
561
|
Casa
Tavares (pianos)
|
|
|
|
569
|
Colchoaria
Fluminense
|
|
|
|
573
|
Bar
Antartica
|
|
|
|
627
|
Faluá
do Grilo (1921)
|
|
|
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