Além de debater as principais tendências dos estudos sobre salas de cinema no Brasil, numa verdadeira discussão do "estado da arte" desse tema em nosso país, o autor faz uma rigorosa análise do livro. Segue um pequeno trecho:
O amplo espectro de pesquisas motivados pela decadência do
antigo sistema exibidor, agora transformado em objeto de arqueologia e
história, encontrou em Rafael de Luna Freire um esgrimista à altura para a
cidade de Niterói. Vindo da nova geração de pesquisadores preparados pela
Academia, Freire, no entanto, e curiosamente, guarda um certo élan com as
gerações anteriores cariocas pelo fascínio da pesquisa e do esmiuçamento do
fato histórico. [...]
O texto contém perspectivas de várias ordens, englobando a
história da cidade, com um “epílogo pessoal” em que um niteroiense descreve a
sua relação de citadino e cinéfilo, diferenciando-o da maioria dos trabalhos
puramente acadêmicos, um refrigério a que a Universidade ainda não se deu ao
direito. Passa pelos processos de estabelecimento e organização do mercado
exibidor, com uma divisão equilibrada entre o período mudo e o sonoro, onde
encontramos ecos do trabalho de Alice Gonzaga. Possui uma iconografia rica e
bem distribuída, pesquisada em várias fontes. [...]
O texto é escorreito, não cansa o leitor, informativo, para
quem é de fora de Niterói, e opinativo, para quem conhece melhor a cidade.
Leia o restante do artigo "O cinema na cidade: algumas reflexões sobre a história da exibição no Brasil".
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